A comemorar 18 anos em 2023, falámos com os responsáveis do Sound Waves,
Bernardo Bernardes e Wilson Neves, sobre os desafios e expectativas para este festival underground…
Desde quando estão envolvidos na música e na organização de eventos?
Bernardo Bernardes: O Wilson desde 2013 e eu há cerca de 3 anos.
Qual é o maior desafio ao organizar um evento como o Sound Waves?
Wilson Neves: O maior desafio é a pressão que temos até ao evento, estamos 1 ano a organizar o Sound Waves, damos muito de nós durante 1 ano consecutivo para chegar ao dia e nada falhar. A equipa com que trabalhamos para a organização do Sound Waves não é um equipa com muitos elementos o que nos faz ficar encarregue de mais responsabilidades e a pressão que acumulamos acaba também por aumentar.
…e a vossa parte favorita da organização?
BB: A escolha do line up é uma das partes que mais gostamos, tanto da escolha dos artistas, da negociação, do perceber o que poderá ser melhor para o festival, o estudo de novas tendências dentro do underground, tanto eu como o Wilson somos apaixonados por música e o momento da escolha dos artistas é sem dúvida uma das partes favoritas da organização. No entanto, o dia do evento também é especial quando sentimos que o trabalho foi bem feito e acabamos por nos sentir orgulhosos de toda a jornada percorrida ao longo de 1 ano.
É possível atrair patrocinadores para um festival underground como o Sound Waves? Ou só podem contar com o público/venda de bilhetes?
WN: Atualmente temos apoio da Câmara de Ovar e da Junta de Freguesia de Esmoriz, no entanto estamos à procura de um sponsor que se identifique com o ADN do festival, acreditamos que podemos crescer bastante e com ajuda de um parceiro esse crescimento seria mais rápido e obviamente mais sustentado.
Há um foco na internacionalização e em atrair público de outros países? Esta edição tem menos artistas portugueses no line-up…
BB: Na edição anterior tivemos um palco apenas para artistas nacionais mas nesta edição de 2023 decidimos que o nosso foco principal era o melhoramento do evento mesmo que isso significasse ter apenas 1 palco. Os artistas nacionais terão sempre um lugar no nosso line up, é muito importante termos artistas nacionais com talento no Sound Waves, fazem parte da nossa bandeira da música eletrónica.
Já o ano passado sentimos um grande crescimento de público de outros países, tivemos 12 nacionalidades presentes na edição de 2022, mas esta edição de 2023 foi um “boom” no que diz respeito ao crescimento internacional, estamos à espera de um ambiente multicultural com pessoas vindas de vários países de todo o mundo.
“este ano decidimos focar-nos mais em artistas onde o techno é mais agressivo”
O Sound Waves completa 18 anos. Que mudanças têm existido no festival e o que se pode esperar desta edição?
WN: Desde a sua fundação que o Sound Waves mantém o mesmo ADN, o que alterou foi mesmo o desenvolvimento, o crescimento e a organização do evento que felizmente tem sido natural e coeso.
Nesta edição podemos esperar um line up de 21 horas sem parar com artistas fantásticos e que vão sem dúvida dar uma experiência brutal aos nossos ravers. Teremos também no recinto uma praça de alimentação com bastante variedade e teremos um estúdio para tatuagens, piercings e makeup, e iremos também apresentar a nossa fashion collection e mais algumas surpresas e novidades.
Porquê a aposta cada vez maior no hard techno?
BB: Nós apostamos no que achamos que é o futuro do underground, este ano decidimos focar-nos mais em artistas onde o techno é mais agressivo, no entanto, o Sound Waves é um festival que acompanha as tendências.
E o episódio mais inesperado que aconteceu ao longo destes anos?
WN: Por exemplo na edição de 2022 em que às 6h da manhã começou uma tempestade e a chover torrencialmente… os nossos ravers abrigaram-se todos no nosso 2º palco, que era um palco fechado, e quando a chuva parou o recinto voltou a encher… foi uma situação inesperada mas muito significativa para nós, mesmo com uma tempestade o nosso público manteve-se no Sound Waves até ao fim!
Como veêm a cena eletrónica em Portugal, a nível de artistas, clubs e festivais?
BB: Sentimos que Portugal está a crescer bastante, começando pelo público português que cada vez mais consome música eletrónica. A nível de DJs também temos tido artistas que têm emergido a nível internacional.
Portugal tem cada vez mais eventos relacionados com música eletrónica e com grande organização. O turismo também ajuda a que os eventos sejam maiores e mais reconhecidos internacionalmente.
Somos um país com muito potencial para crescermos e sermos uma referência na promoção de eventos musicais… temos festivais bastante reconhecidos lá fora e o futuro é termos cada vez mais.
A edição 2023 do Sound Waves irá decorrer a 8 de Julho na Praia de Esmoriz, Ovar