DJ VIBE “Eu vim ao mundo para isto!”

dj vibe

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DJ Vibe acaba de lançar o seu primeiro álbum, “Frequências”. Esta foi a oportunidade perfeita para revisitarmos a sua longa carreira e obtermos a sua opinião sobre a música eletrónica em Portugal – o passado, presente e futuro.

Sobre o teu primeiro álbum, “Frequências”, porque é que decidiste editar em nome próprio? Tentaste alguma editora, ou querias ter liberdade total?
Sim, tentei via editora. Quando decidi lançar um álbum, comecei a sondar quais as editoras nacionais que poderiam ajudar na edição ou distribuição. Cheguei à Sony e pedi para marcar uma reunião. Disseram-me que o responsável estava fora e que, assim que voltasse, me dariam uma resposta. E, até hoje, nunca recebi resposta alguma, ignoraram-me.

E como é que foi fabricar o disco em vinil? É fácil hoje em dia?
Foi muito interessante. Eu fiz tudo, e isso dá outro valor ao produto. Pesquisei bastante porque queria que o produto tivesse boa qualidade. Desde o mastering até à fabricação, acompanhei tudo e consegui encontrar a qualidade que queria na Alemanha. Fiquei super contente com o resultado final, mas o custo por unidade ficou alto. A capa, o papel de melhor qualidade, tudo vai acrescentando ao custo.
Mas para o público, quis propor um preço razoável, 30€, para um disco de 7 faixas, e também podem fazer o download digital sem pagar mais.
Descobri também que temos uma fábrica de vinil aparentemente boa no Porto. Quem sabe, num segundo disco, venha a falar com eles.

E demorou muito tempo?
Na fábrica foram dois meses. Foi rápido. Na realidade, em abril de 2024 já tinha o disco pronto.

Fui para estúdio despreocupado, e aí nunca se sabe o que pode acontecer!

E já não tens nenhuma ligação à Kaos?
Não, desde que vendi a minha parte em 2006/2007.
No entanto, a última vez que falei com a Kaos foi para resolver várias situações desagradáveis. Comecei a ver as minhas músicas no Beatport com data de 2022, que foram feitas em 94! Quem fosse ouvir, podia pensar que estou desatualizado e podia-me prejudicar em termos de imagem e de trabalho. Entrei em contacto para corrigirem as datas e também pedi os statements e informações de vendas, pois nunca tinham enviado nada.
Durante a pandemia, tive tempo para rever as minhas músicas e contratos, atualizar tudo. Descobri muitas coisas e houve muita gente que se revelou e muita coisa veio ao de cima.
Mas tudo se resolveu com Kaos com ajuda profissional. Depois disto, encontrei-me com o responsável atual da editora e ele falou-me sobre os 30 anos da Kaos e a reedição de algumas músicas. Achei o projeto interessante, elaborei um plano e uma estratégia, enviei tudo por email mas, até hoje, não recebi nenhum feedback.

O conceito geral do álbum reflete o teu momento atual?
Não no momento atual, mas ao longo dos últimos 10 anos e a minha experiência após 42 anos de carreira. Algo diferente e que cria um efeito de surpresa. Algo mais artístico.
Eu fui fazendo… Uma coisa é um trabalho específico ou uma remistura, onde já sabes para o que é… Outra coisa é ir para o estúdio, despreocupado, e aí nunca sabes o que pode acontecer. Gosto disso, gosto de ir fazendo e perceber que está ali algo especial, como aconteceu em 2018 com o “Runway” e a “Experiência Imersiva” – ambas fora da caixa.
O “Pulse Me Now” já tinha desde 2014. Quando vivi na Lapa, gravei e ficou na gaveta.
Durante a pandemia, aproveitei para rever e organizar tudo o que tinha. Foi uma fase de limpar, arrumar, ver o que existia e decidir o que manter. Percebi que tinha aquela música, brinquei com algumas vozes e toquei nos set’s. Quando já tinha faixas suficientes, comecei a pensar: “Talvez possa fazer um álbum!

Há um tema, em colaboração com o Moullinex, dedicado ao Magazino…
Sim, é uma homenagem ao Magazino porque estava a criar uma música precisamente na altura que ele partiu. O Moullinex trouxe um toque mais leve, um pouco de floreado, porque a música estava muito pesada e triste, refletindo o momento. Ele aceitou o desafio, adicionou pianos e deu uma melodia que não existia. Essa acabou por ser a última música do álbum.

E tens novos lançamentos previstos? Ou colaborações com outros produtores?
Sim, tenho uma música nova do meu projeto Antos para lançar. Também tenho um álbum novo em parceria, mas vou deixar os detalhes para uma próxima entrevista. Este novo projeto é completamente diferente de tudo o que se ouviu até hoje de DJ Vibe.

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A entrevista completa com DJ VIBE revela insights profundos sobre a sua carreira, inspirações e visões futuras.

Alguns temas em destaque:

A Carreira nacional / internacional

Management em Portugal

Sócio do Indústria/Porto

Rádio: Rotations, na Antena 3.

“Week In a Paradise Called Portugal”: O que aconteceu?

+ Viver da música em Portugal, Raider técnico, Perguntas dos leitores, etc.

A entrevista completa e outros conteúdos estão disponíveis para os membros “Dance Club”.
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Texto: Nuno Rodrigues
Fotos: DR
O álbum “Frequências” está disponivel no bandcamp

By Nuno Rodrigues