A Dance Club encerra como projeto ativo e permanece como arquivo.
A Dance Club começou como um fanzine feito em fotocópias.
Mixtapes trocadas, folhas agrafadas e a vontade de registar o que estava a acontecer à nossa volta.
Não havia plano, nem investidores, nem estratégia, apenas uma paixão pela música de dança e a sensação de que algo estava a nascer.
Vieram depois as noites passadas a fechar a revista, as corridas contra o tempo para entregar os ficheiros na gráfica, os testes de impressão, a ver como a capa ia sair, se a cor estava certa, se o papel resultava.
Muitas vezes sem dormir, mas sempre com a sensação de estar a construir algo.
A Dance Club cresceu de forma orgânica.
Foram-se juntando pessoas, ideias e vontades, do fanzine à revista, dos conteúdos aos eventos, passando pelos Dance Club Awards.
E, modéstia à parte, acredito que teve um papel relevante: dar visibilidade a artistas, clubes e a uma cena eletrónica portuguesa que ainda se estava a formar.
Ao longo do caminho, tornou-se mais do que uma publicação.
Foi ponto de encontro, espaço de descoberta e registo de uma época.
Através dela conheci muitas pessoas que marcaram o meu percurso e construí o meu primeiro projeto sério.
Tudo isto começou quando eu tinha 16 anos.
Hoje, o ritmo é outro. A energia é outra.
E faz mais sentido preservar do que continuar a correr atrás do presente.
A partir de agora, o instagram passa a ser o espaço principal, como arquivo.
Vão surgir publicações ocasionais, capas, edições, flyers e memórias, sem obrigação e sem calendário.
Apenas como forma de guardar e partilhar o que foi vivido.
Obrigado a todos os que fizeram parte deste percurso, a quem leu, escreveu, editou, fotografou, promoveu e acreditou.
Esta história também é vossa.
A Dance Club fecha o capítulo, mas não desaparece.
Fica na memória de quem a viveu.
Nuno Rodrigues
Founder
